Alberto João Avez, 25 anos, se viu em uma situação complicada em sua terra natal, Angola. Ele morava na capital, Luanda, com os pais camponeses e três de seus seis irmãos, mas não enxergava muitas possibilidades para construir um futuro melhor. Para escapar da violência e do desemprego no país – que atingia cerca de 25% da população – em 2017 ele reuniu coragem e cruzou o oceano Atlântico para recomeçar a vida no Brasil.
Desde então, o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, passou a ser sua casa. Vivendo com o irmão, ele se desafiou a aprender tudo o que podia para melhorar sua formação e se integrar à cultura brasileira. “Não conseguia entender muito do português brasileiro, que é muito diferente do nosso”, conta Alberto. Foi então que, por meio da parceira Redes da Maré, ele conheceu nossos cursos de tecnologia gratuitos do Movimento Recode. “Tive aprendizados excelentes. Com a plataforma aprendi muita coisa e espero aprender muito mais com a prática do meu dia a dia”, destaca.
A trilha formativa, oferecida por meio da plataforma Recode e de dinâmicas presenciais pela educadora social Aline Galdino, tiveram 150 horas de duração ao longo de três meses. De tudo o que aprendeu, Alberto valoriza conhecimentos para usar editores de texto e fazer um bom currículo, além das noções sobre empreendedorismo e programação. Também conta ter reconhecido a importância do uso ético e consciente da tecnologia.
Próximos passos
Alberto hoje trabalha como designer por conta própria, mas planeja empreender. Ele também ensina online alguns amigos a programar e desenvolve um projeto mais amplo para ensinar tecnologia e o que aprendeu a outras pessoas, como “uma forma de ajudar o próximo”, em suas palavras. Por enquanto, se mantém discreto. Animado, garante que em 2019 o projeto já deve estar na rua.
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