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Quando Lucas Bitar, 19 anos, soube do processo seletivo para o programa Recode em parceria com a ONG Redes da Maré, no Complexo da Maré, ele teve certeza que não poderia perder a oportunidade. Sem trabalhar e sem estudar, o jovem precisava de apoio para voltar a acreditar no próprio futuro. Assim que terminou o curso, conseguiu passar em um processo seletivo para Jovem Aprendiz, seu primeiro emprego registrado na carteira de trabalho.

“Quando acabei o Ensino Médio eu entrei em uma depressão muito grande pois não havia nada para eu fazer. Perdi diversos empregos por não saber usar um computador. Eu era um analfabeto digital. Essa é a vida de uma pessoa da comunidade: você acaba um ensino fraquíssimo e aí? Você não tem sonhos”, conta Lucas. Para ele, voltar a sonhar com um futuro melhor, perceber o potencial da tecnologia e valorizar a própria comunidade foram grandes resultados da participação no programa Recode.

“A maioria das coisas que aprendi foi por meio da tecnologia. Nossos lares não têm livros. Nós temos que estimular o pensamento crítico dessa galera. A Recode fez muito isso comigo e é isso que eu quero fazer também. Eu descobri coisas da minha comunidade que eu não sabia. Descobri que aqui tem muita gente guerreira, negra e forte como eu”, comemora.

Com a autoestima em dia, agora Lucas também estreitou laços com a própria Maré e quer ajudar a quebrar estereótipos e preconceitos associados a um dos maiores complexos de favelas do Rio de Janeiro, onde moram mais de 130 mil pessoas. “Quero trabalhar para empoderar jovens negros em sua cultura. Quero ser a pessoa que fala e representa a Maré”, afirma ele, completando que pretende cursar faculdade de Ciências Sociais para seguir seus estudos e sua militância social.

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