O programa DigiGirlz, conduzido pela Recode e pela Microsoft, definiu as vencedoras do DigiGirlz Day, evento que estimula mulheres na busca por soluções para problemas usando a tecnologia. Nesta edição, foram selecionadas 30 mulheres do DigiGirlz para esse dia especial, que contou com mentorias e criação de projetos. Dentre elas, as jovens Suiany Mendonça e Lígia Shimizu pensaram em um sistema que ajuda mães a terem mais equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, chamado de “Mãe na Rede”, que lhes rendeu a primeira posição entre os dez projetos candidatos.
A proposta central do projeto é criar uma tríade entre mães, babás independentes e empresas, em um modelo de negócio que consiste na dedicação de uma parte da verba da empresa para a contratação das babás como apoio para as mães que estão se qualificando. O apoio seria oferecido durante os horários das aulas e treinamentos em skilling patrocinados por empresas.
“Hoje em dia, 30% das mulheres deixam seus empregos após o nascimento dos filhos, contra apenas 7% dos homens, segundo pesquisa da Catho. Além disso, na pandemia, 46% das mulheres disseram que adaptaram seus horários de trabalho mais do que o parceiro, de acordo com um estudo feito pela empresa de segurança Kaspersky. Por isso, o Mãe na Rede surge para ajudar mulheres a estudarem ou iniciarem suas carreiras nas áreas de tecnologia por meio do cuidado com seu bem mais precioso: seus filhos em mãos de profissionais qualificados. É muito legal ver instituições trabalhando juntas para reunir mulheres que têm afinidade com a área de tecnologia para pensar em soluções em conjunto”, explica Lígia Shimizu.
Para Suiany Mendonça, a experiência foi incrível: “um dia repleto de inspiração, dedicação e conexão com outras mulheres. Pensamos em outros temas, mas percebemos que era necessário criar uma rede de apoio que ajudasse as mães em seu desenvolvimento pessoal e profissional. Convivo com mães que começam a cursar algo, mas acabam desistindo por não conseguirem conciliar os estudos ou trabalhos com a maternidade. Assim, a nossa ideia contribui na prática com a ascensão da mulher, mostrando que a tecnologia, diferentemente do estereótipo criado, não tem gênero”.
Se for colocada em prática, a solução pode ajudar a gerar empregos para as pessoas que cuidam das crianças, ao mesmo tempo que permite às mães (especialmente mães solo) se qualificar enquanto seus filhos são bem assistidos.
“Temos uma desigualdade de gênero muito grande no mercado de tecnologia, no qual 30% dos profissionais são mulheres. O objetivo do DigiGirlz é despertar no público feminino o interesse pelas carreiras na área e ser uma porta de entrada para treinamentos mais longos em tecnologia, melhorando empregabilidade e renda dessas mulheres” comenta Lucia Rodrigues, líder de Filantropia da Microsoft Brasil.
O prêmio recebido pelas criadoras do projeto foi um telefone celular para cada, além de um kit especial que todas as competidoras receberam, contendo camiseta do evento, fone de ouvido, caderno, pasta plástica, R$30,00 em crédito para celular e certificado digital de participação.
Além do Mãe na Rede, veja quais foram as outras ideias que as participantes apresentaram no DigiGirlz Day:
- Kids In Tech: visa a inserir crianças do interior e de zonas periféricas, que têm pouco ou nenhum acesso à tecnologia, internet e mídias sociais, ao mundo tecnológico, utilizando projetos lúdicos e acessíveis para a população de baixa renda;
- Lady Conect: aplicativo que conecta mulheres com prestadoras de serviços variados, otimizando a rotina da mulher com segurança, qualidade e comodidade;
- Mãe’s in Tech: programa que capacita, por meio de cursos tecnológicos, mães solos de baixa renda que não estão no mercado de TI por falta de conhecimento ou oportunidades;
- Moleca Digital: projeto educacional para ajudar meninas de 7 a 12 anos e seus responsáveis a mudar a cultura de que “tecnologia não é coisa de menina”, utilizando cursos com conteúdos estratégicos para aguçar a curiosidade delas;
- PLAMEI: plataforma de auxílio para mulheres empreendedoras independentes (microempreendedoras) leigas que querem autonomia para criar e divulgar suas marcas dentro do Instagram, Facebook e WhatsApp de forma integrada;
- ProgrAmei: plataforma que visa a conectar mulheres aspirantes à área de tecnologia e impulsionar suas carreiras por meio da educação e conexão afetiva, gerando oportunidades profissionais;
- Programex: aplicativo que ajuda na capacitação de mulheres na área de tecnologia, utilizando jogos e facilitando a conexão delas a empresas parceiras para a contratação e entrada no mercado de trabalho;
- REPRESENTA + ELAS: plataforma de compartilhamento de conhecimentos entre mulheres, que busca empoderamento por meio da tecnologia;
- WFC – Women Friendly Company: a plataforma conecta mulheres que estão fazendo bootcamps com empresas, certificadas como ambientes saudáveis e diversos para o seu desenvolvimento profissional na tecnologia.
O Programa DigiGirlz
A parceria entre Recode e Microsoft permite a execução do programa global da empresa no Brasil. O objetivo central é a capacitação de mulheres na área da tecnologia, promovendo a entrada delas nesse mercado de trabalho. Afinal, segundo o relatório da Unesco, a escassez de mulheres nas carreiras de exatas é uma questão global: no mundo, apenas 35% dos alunos no ensino superior nos cursos de exatas são mulheres e apenas 3% das mulheres no ensino superior optam por estudar tecnologia. Já no mercado de trabalho, os números costumam ser ainda mais preocupantes: no mundo tecnológico, principalmente no mundo do software, a representação feminina costuma não ultrapassar 10%.
Os cursos do DigiGirlz são 100% gratuitos e online, abertos a qualquer mulher acima de 18 anos de todo o Brasil. Basta se inscrever pelo portal da Recode e selecionar as trilhas de Tecnologias Para o Futuro (40 horas) e Jornada Inspiracional da Metodologia Recode (10 horas).