[:pt]

Você já pensou em como transformar o mundo em um lugar melhor? Com apenas oito anos de idade, o carioca Felipe Rocha – hoje com 19, quis fazer a sua parte. Morador da Comunidade Quitanda, em Costa Barros, uma das mais violentas da cidade, Felipe lembra como se fosse hoje o primeiro trabalho voluntário que fez.

“Sempre tive vontade de mudar a realidade da comunidade onde nasci. Então, a primeira coisa que eu fiz foi virar integrante das ONG Visão Restaurar que ficava dentro da favela. Quando entrei, meu primeiro trabalho como voluntário foi distribuir café para os moradores. Foi pouco, mas eu lembro como se fosse hoje. Foi um momento tão especial na minha vida, que não quis parar mais”, lembrou o jovem.

Caçula de dez irmãos, Felipe não conheceu o pai e sempre teve como referência o irmão mais velho, Bruno Rocha, hoje com 29 anos. “Meu irmão começou a trabalhar com sete anos. Como não tínhamos uma figura paterna dentro de casa, ele se sentia responsável por todos nós. Sempre foi uma pessoa que correu atrás e não se deixou vencer pelas dificuldades. Hoje, ele tem uma empresa com 15 funcionários”, comentou o jovem, que mora com a mãe de 64 anos e o irmão Patrick, de 22.

Primeiro contato com a tecnologia
Desde que ingressou na ONG Visão Restaurar, o carioca sempre teve vontade de fazer mais. Então, a partir daí, ele teve uma ideia. Montar um projeto que pudesse ‘arrastar’ outros jovens para o caminho certo. No entanto, a falta de ferramentas digitais e meios para viabilizar o projeto fizeram com que ele não seguisse em frente. Mas isso mudou no ano de 2017, quando ele começou seu primeiro curso de tecnologia na Recode.

“Eu nunca havia tido contato mais avançado com a tecnologia até os cursos da Recode serem implementados na ONG lá da comunidade. Com os cursos, eu aprendi a ligar um computador, entrar na Internet e mexer nas redes sociais. Então, após todo esse aprendizado e conhecimento, resolvi colocar em prática o meu projeto, que batizei de ‘Me Segue’.”

Projeto social ‘Me Segue’
Felipe reuniu outros nove jovens da sua comunidade para mapear os locais abandonados da favela que precisam ser revitalizados. “Listamos os locais mais depredados e com ausência de cultura da nossa comunidade e pensamos em ações de revitalização para realizar nestes lugares. Para isso, precisamos de material. Então, as redes sociais foram e são primordiais para que peçamos aos moradores e não moradores também toda doação. E se hoje eu sei usá-las é porque os cursos da Recode me ensinaram”, completa o jovem, que está no primeiro período de Comunicação Social da Universidade Estácio de Sá.

ONG Ashoka
Indicado pelo presidente da Recode, Rodrigo Baggio, Felipe foi um dos dez brasileiros selecionados para o programa ‘Jovens Transformadores’, da ONG Internacional Ashoka.  O carioca foi aprovado com dois projetos sociais: ‘Me Segue’ e ‘Oficina BrincArte’. Os dois projetos já estão a todo vapor dentro da própria comunidade.

[:]